sexta-feira, 13 de junho de 2014

Capítulo 11 - Maldição


    3 de janeiro, quarta-feira

    Em meu sonho eu corria desesperada. Eu estava em uma floresta escura com àrvores sem folhas. Tropecei em um galho e percebi que estava se aproximando. Era como se alguém estivesse atrás de mim, mas eu só conseguia ouvir seus passos. Eu sentia que isso estava perto de mim, mas sempre que eu olhava para trás, não via ninguém.
    - O que está acontecendo? - Me perguntei em voz alta.
    Ouvia os passos se aproximando, mas continuava não vendo o que me perseguia.
    - MALDIÇÃO! CONDENO A FILHA DA LUA A SOFRER UM DESTINO HORRÍVEL, PIOR DO QUE A MORTE! - Uma voz gritou.
    Vi a sombra de uma garra passar por cima de mim e tudo ficou escuro.

    Acordei suada na minha cama. As garotas ainda estavam dormindo, enquanto eu estava paralisada pensando em meu pesadelo.
    Estremeci quando lembrei aquelas palavras. Eu sabia que a Filha da Lua era eu.
    Em que confusão você foi se meter, Delia.
    Calada, eu saí sem fazer barulho e fui até o porão do colégio, procurando Aurich.
    Encontrei no chão, ao lado da escola, uma porta desenhada. Peguei a fechadura e abri o orifício.
    - Aurich? - Disse eu, iluminando o caminho com uma lanterna. Aquele lugar parecia mesmo antigo, com os ladrílhos azuis escuros e tochas na parede. Encontrei uma porta de madeira que parecia abrir para uma sala. Conseguia ouvir vozes, então pensei que ele poderia estar ali.
    Vi que havia um buraco na porta e resolvi olhar quem eram as pessoas. Aurich era uma delas e Christine estava lá, além de outras mulheres e homens.
    - Então a maldição caiu sobre ela? - Christine falou. Ela parecia preocupada.
    - Esta noite. - Aurich estava sério. - Victor lançou esta maldição sobre ela, mas apenas o sonho veio hoje.
    - Estamos ficando sem tempo. - Uma moça negra falou. - Ela precisa saber de tudo antes que o tempo acabe!
    - Acalme-se Pandora. - Disse um dos homens. - Temos tempo suficiente para mostrar à ela.
    - Muito Bem! - Aurich bateu com um cajado no chão. - O Conselho aprova que revelemos a verdade à ela?
    Todos assentiram. Levantaram-se para ir embora e acabei me deseperando e saí correndo para meu dormitório. Falaria com Aurich quando amanhecesse.

    O Sol nascia e eu estava acordada. Não conseguira dormir, com toda aquela tensão do sonho e do Conselho. Por que será que eu havia sido amaldiçoada?
    Fui tomar banho e me vestir, pois eu queria esclarecer tudo com Aurich. Me arrumei às pressas e nem cheguei a pentear o cabelo, deixando minha juba ruiva desarrumada.
    Encontrei um bilhete em cima da cômoda, ao lado da cama.

Encontre-me no porão. Preciso falar com você sobre algo importante.
- A

    Saí para o colégio, deixando Anna, Kath e Mia no dormitório.
    Encontrei novamente a porta desenhada e desci as escadas, encontrando Aurich no final delas.
    - O que você quer me dizer de tão importante? - Perguntei.
    - Falaremos disto quando chegarmos no lugar apropriado. - Ele falou secamente. Não parecia o mago que eu conhecia.
    Entramos na sala da noite anterior, a qual eu não teria coragem de falar para ele que eu estava espionando o Conselho na noite anterior.
    - Delia, aqui está o Conselho dos Filhos da Lua. - Aurich mostrou seus componentes. - Estas são Pandora, Christine, Harry, Otulissa e Alexander.
    Acenei para Christine e para os outros. Perguntava-me do que exatamente eles falariam para mim, mesmo tendo uma ideia.
   Pandora fez menção para Christine falar.
   - Querida, como sua Guardiã, acho que deveria falar isto para você. Delia, você está... amaldiçoada! - Ela cobriu o rosto com as mãos. - Você corre um perigo enorme e tudo pode acontecer com seus amigos. - Lembrei-me novamente da maldição da voz estranha.
    - Eu já tive o sonho que eu fui amaldiçoada. Mas por quê? Eu não fiz nada para ninguém!
   - O que ela quis dizer, é que você foi amaldiçoada pelo que você fez quando era uma criança. - Otulissa disse. Ela era uma jovem com os cabelos cacheados castanhos e olhos azuis. - Com a sua energia, você matou Victor.
    - Isso eu já sabia. - Comentei. Vi que Otulissa olhava para mim com seus olhos doces como se pedisse que eu não falasse. - Desculpe.
    - Enfim, isso fez com que seu herdeiro ficasse com raiva e então jogou uma maldição sobre você e os Filhos da Lua. Vale reforçar que sua linhagem era uma família poderosa de Filhos da Lua e que vocês eram os únicos remanescentes, então deve ter sido um dos motivos da maldição.
    - Além disso, você não é uma Crystale, mas sabe falar a língua de todos os seres mágicos e a capacidade de usar mais poderes do que o normal. Essas coisas vão lhe ajudar na sua missão, mas um empecilho é que como você é muito temperamental e descuidada no que diz, isso vai dificultar um pouco. - Aurich falou.
    - Sua missão no momento é acabar com a maldição, ou atrasá-la o máximo possível. Talvez você não a quebre agora, mas você possa adiar até a hora certa. - Harry disse. Ele tinha cabelos loiros e cabelos castanhos.
    - Agora é melhor vocês saírem, as aulas de Delia devem começar daqui a pouco. - Alexander avisou.

    Saímos do porão e fomos para os jardins. Aurich me deixou no chalé e desceu novamente.
    Na frente da casa havia um bilhete novamente, sem nome nem data.

    O show vai começar...

    Entrei preocupadíssima no quarto e não acreditava em meus olhos.
    Amelia estava morta, com um corte no peito e havia uma mancha de sangue por baixo da roupa.
    - Mia... - Lágrimas rolavam pelo meu rosto. Não suportei a morte dela e tive que chorar.
    Ao seu lado havia outro bilhete.

Começou. Você chegou tarde.

    - Começou. - Repeti. Agora me restava acabar com a maldição ou adiá-la e enfrentar o inimigo.
    Mas quem será?

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Oii! As coisas parecem ruins, mas vão melhorar. É o que posso dizer, quero manter o suspense kk ;)
      Beijos Gio.

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