terça-feira, 10 de junho de 2014

Capítulo 10 - O Diário


     Havia apenas uma coisa dentro do baú: Um diário de couro com uma fechadura dourada.
    Então esta é muito importante? Um diário de couro?
    No que eu virei o diário desconhecido, ele começou a pegar fogo. Mas algo aconteceu, não foi ele inteiramente, e sim duas "linhas" se formaram do fogo.

Aquele que bondade tiver no coração, este diário abrirá então.

    Nele havia o nome da dona: Elizabeth Paraskevi, minha bisavó.
    Toquei nele e uma luz ofuscante iluminou o quarto. O diário começou a flutuar e abriu envolto por uma luz dourada, então abriu e pousou levemente em minha cama. Peguei-o e dele caiu um telegrama que dizia:

Querida Delia,
  Deve estar imaginando como sei de sua existência 100 anos antes. Uma clarividente me disse uma vez, que uma Filha da Lua da linhagem dos Paraskevi, colocaria fim na maldição e esta é você, querida.
Você agora tem em mãos o meu diário e é com ele que você irá quebrá-la. Faça o que muitos tentaram e não conseguiram: Abrir meu diário e quebrar a maldição. Não é tão simples assim. Você deverá estudá-lo e tentar conseguir o que eu não consegui.
  Você vai conseguir e vai ter sucesso em sua missão. Mas haja o que houver, não tire o diário do círculo.
Com Carinho,
- Elizabeth

    Então era isso que eu iria fazer: tentar quebrar uma maldição que eu não conhecia.
    Sophie acordou em segundos, com um olhar furioso. Fechei o diário e joguei-o em cima da cama.
    - O que está fazendo aqui? - Ela rugiu.
    - Estou lendo um livro. - Peguei meu livro em cima da cabeceira. Sophie pareceu perceber e com o canto dos olhos ela viu o diário.
    - O que é isso? - Ela pegou-o.
    - Nada. - Tentei tirá-lo de sua mão, mas ela virou de lado e saiu andando para o outro lado do quarto.
    - Não quer abrir! - Ela tentou, quase mordendo a fechadura falsa.
Aquele que bondade tiver no coração, este diário abrirá então.
    Sophie não tinha isso e provavelmente nunca terá.
    - Então devolva-me - Retirei bruscamente o diário de suas mãos.
    Ela fez uma careta e foi para o outro lado do quarto, como uma criança mimada.
    - Não vou ficar mais aqui. Lotte e eu vamos sair e é melhor que você morra quando voltarmos. Você e suas amigas. - Sophie ameaçou e saiu, fechando a porta atrás de si.
    Que delicada!
    Fui para o parapeito, para tentar ler o "livro". Abri aleatoriamente em uma página com colagens e gravuras com os seguintes dizeres:

Evocando um Grifo:


Nnac Erask Septi
Aron Sert Nos
Agris Orac Oras

*Obs: Falar na língua dos Duendes.

    Seria legal se eu tivesse um grifo como bicho de estimação. Havia ainda outro que dizia:

Feitiço de Invisibilidade: Para as horas mais difíceis. Dura até dizer o contra-feitiço.

Feitiço: Invinobillis

Contra-Feitiço: Aprascus

    Tinha que memorizar este, caso haja alguma dificuldade em minha missão. Outro parecia nem tão importante, mas resolvi aprender mesmo assim:


Feitiço de Sono: Para conseguir dormir. Dura entre 8 a 10 horas.

Feitiço: Suscus
Contra-feitiço: Arcoiditti

    Senti que iria precisar deste último. E seria em pouco tempo.

***

    A noite não demorou a cair. Esta era a hora que os casais de namorados e amigos saíam para observar o Sol se pôr. Pude ver até Charlotte sentada com alguém.
    Espere. Aquele ao lado de Charlotte era... Jake? Eu sabia que fariam um par perfeito! Eles estavam sentados um ao lado do outro, conversando, e de vez em quando trocando beijos. Não acreditava que cogitei a falar isto, mas eu estou feliz por eles.
    Saí para tomar um ar e pensar um pouco. Minha cabeça estava cheia de pensamentos e eu ficava muito tempo no dormitório. Resolvi visitar Mia, que misteriosamente ficara doente.
    Cheguei na enfermaria e a doutora me deixou entrar.
    - Ela está no quarto n°5, corredor 7. - Disse ela.
    Fui até lá, mas não encontrei o quarto de Mia. Resolvi então que iria parar e pedir informações, então bati na porta de um dos quartos e vi uma coisa estranha. Duas mulheres encapuzadas, mas com mechas saindo de seus capuzes, conversavam de algo que não me pareceu muito bom. Uma com os cabelos ruivos e a outra era morena.
    - Está tudo pronto para o sacrifício? - A ruiva perguntou. Estremeci ao ouvir aquelas palavras.
    - Sim. Já coloquei a poção nos remédios delas, e elas deverão vir daqui a pouco. - A morena respondeu. Eram as mesmas vozes das mulheres de quando eu fui pedir a autorização para sair do colégio.
    Algumas garotas começaram a aparecer no corredor, incluindo Amelia. Elas estavam em uma espécie de sonambulismo, que mesmo que alguém chamasse, elas não responderiam.
    - Amelia! - Sussurrei. - Volte aqui. - Ela não me ouviu e continuou a seguir a fila indiana de sonambulas.
    Preciso detê-la, pensei, Já sei!
    - Invinobillis! - No mesmo instante eu desapareci. Segui Amelia até a porta do quarto, onde aquelas duas psicopatas preparavam um altar com velas negras e flores vermelhas.
    - Arcoiditti - Falei quando Mia e as outras garotas estavam a um passo de entrarem na sala e finalizar seus dias de vida.
    - O que está acontecendo? - Amelia acordou, ainda doente. Ela e as outras meninas estavam confusas, se perguntando o que estava acontecendo.
    - Venham comigo. - Falei. Tirei de minha bolsa, uma bombinha e a joguei para dentro da sala, (não era muito perigosa, apenas para nos dar mais tempo).

    Levei as garotas cada uma para seu chalé e logo depois encontrei Anna e Kath no nosso.
    - Mia, deite. - Mandei. Ela fez o que eu disse. Sentei ao seu lado e comecei a fazer circunferências em sua barriga, enquanto recitava um feitiço de cura. - Pronto, você está curada.
    De fato, Mia não estava mais verde e já não reclamava mais.
    - Preciso falar com você. - Ela me puxou de lado. - Quando eu estava enfeitiçada por aquelas mulheres, eu ouvi elas dizerem que o Livro não podia sair do círculo. Você sabe. o que isso significa?
    Lembrei do aviso de Elizabeth.

Haja o que houver, não tire o diário do círculo.

    Lembro que quando chegamos aqui, havia um pequeno círculo de flores ao redor da casa.

    - Talvez o Livro seja o diário e o círculo seja as flores. - Disse eu. Contei a hostória do diário para Mia e as outras e o que havia acontecido há alguns minutos atrás.
    - Querem nos matar? - Kath quase gritou.
    - Não sei. Devemos prestar bem atencão para o que está acontecendo ao nosso redor.
    Já passava das 23h e eu estava cansada demais para falar.
    - Boa noite. - Falei e apaguei a luz.
    Agora eu sabia que meu destino era algo mais de viver uma vida normal. Era deter um inimigo desconhecido e suas cúmplices.

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