domingo, 11 de janeiro de 2015

Capítulo 12 - O Diário de Irina


   Fiquei horrorizada com o que vi na minha frente. Corpos mutilados estavam espalhados no chão. As paredes e o chão estavam sujos de sangue e o cheiro era muito forte. Conforme eu ia me aproximando, mais corpos apareciam.
    Mas o pior ainda estava por vir.
    Cheguei perto de um grupo separado que me chamara a atenção, e com certeza aquela foi uma das minhas piores decisões da minha curta vida. Eram os corpos dos meus amigos jogados sem vida no chão. Todos estavam ali, menos Christine.
    Abafei um grito, enquanto via meu mundo escorrer para longe de mim.
    Não pode estar acontecendo, isso só pode ser um pesadelo, pensei lutando contra as lágrimas.
    Ainda há um jeito de salvá-los..., uma voz ecoou pela minha mente. Esta luta é sua, não deles. Termine a sua missão e seja forte.
    Com isso em mente, tentei esquecer o que acontecera, apenas concentrando-me em abrir aquela maldita porta. Tentei puxar e empurrar, mas ela não abria de jeito nenhum. Perdi a paciência e soquei-a, um ato completamente estúpido e inútil, considerando que fiquei com a mão dolorida e a porta não abriu.
    Praguejei e olhei em volta, procurando por algo que indicasse que eu poderia encontrar a porcaria da chave da porcaria da porta. Passei os olhos por todo o lugar, até que eles pousaram em um canto escuro da parede, onde a luz não o alcançava. O papel de parede estava rasgado, mas não fora isso que chamara a minha atenção: havia algo escrito sob ele e outras duas saliências. Puxei-o com força e este revelou uma pequena frase, juntamente com uma minúscula chave de formato estranho da pequena saliência e um pequeno livreto da maior.
    Você nos deixou para morrer.
    Estremeci diante da frase, mesmo sabendo que não era verdade. Botei o livreto no bolso e peguei a chave, colocando-a na fechadura e correndo para fora daquele lugar horrível. Corri escada acima e forcei o frágil alçapão do porão, fazendo com que quebrasse facilmente. Cheguei na casa novamente e tranquei a porta da frente e dos fundos, para que nada nem ninguém me surpreendesse.
    Fui para a sala de estar novamente, desta vez mais calma que antes. A casa estava estranhamente vazia e silenciosa, e parecia que John já havia ido embora.
    Belo amigo!
    Sentei em uma das cadeiras da sala de estar e peguei o livreto do meu bolso. Eu estava determinada a lê-lo.
    "Este diário pertence à Irina Ivanova Paraskevi", dizia a inscrição da primeira página.
    - Muito bem. - Falei decidida. - Vamos fazer isso.

***

    18 de outubro
    Era uma tarde ensolarada de outono, mesmo fazendo frio. Estávamos em um piquenique familiar novamente, assim como fazemos todo o domingo. É sempre bom aproveitar a família de vez em quanto, mesmo quando eu quero ficar no meu quarto enrolada em um cobertor, tomando chocolate quente e lendo um bom livro. Mas nem sempre temos tudo o que queremos, não é?
    Enfim, todos nós conversávamos, felizes por tudo que acontecia no momento, enquanto Delia e Nikolai corriam pelo campo. Nossa, eu nunca havia visto crianças tão agitadas quanto eles. Mesmo assim, além da família, Mamãe e Papai nos deixaram trazer alguns amigos para cá, e, como deve saber, trouxe minha amiga inseparável: Rosemary Bonnet.
    Rose estava nos contando de sua última viagem para o Mundo dos Humanos, onde havia ido para um vilarejo da Inglaterra. Diz ela que é um dos poucos lugares onde há portais, refúgios com total segurança e academias apropriadas para estudo. Ela tentava convencer meus pais para que mandassem Delia para lá, afim de aprimorar seus estudos, mas eles não gostaram muito da ideia. Disseram que poderia ser muito arriscado uma garota de 5 anos ir sem os pais e que preferiam levá-la para Harmony School, aqui em Corialle mesmo.
    - É verdade que você já foi para Winnigham? - Delia chegou com o rosto vermelho. - Eu sempre quis ir!
    - Você é muito nova e descuidada para ir para lá! - Papai advertiu.
    - Sim, eu já fui. - Rose disse rindo. - Mas seu pai está certo, você é muito nova ainda para ir.
    Delia sorriu e sentou para almoçar, sendo seguida por Nikolai.
    - Querida, arrume o seu cabelo! Não deixe-o cair no rosto. - Mamãe falou ajeitando os cabelos ruivos de minha irmã.
    - Mas mãe... Assim eles incomodam mais! - Delia reclamou. - Eu gosto deles soltos.
   Soltei uma risadinha. O que será de nós quando esta garota crescer?
   O resto do piquenique foi tranquilo. As crianças dormiram depois de comer alguns sanduíches, Kristina mostrou alguns "truques" que Skylar, sua coruja-de-igreja, podia fazer, Rose contou mais algumas histórias e Papai tocou algumas músicas com seu violão.
    Agora preciso deitar, pois preciso estar descansada para o Desfile Real amanhã, no qual passaremos por todo o reino.
***
    19 de outubro
    O Desfile foi ótimo! Todos adoraram as brincadeiras dos meus irmãos mais novos, as acrobacias aéreas de Skylar... Foi tudo lindo. As ruas estavam enfeitadas com flores e tecidos de seda coloridos com o brasão do reino pendiam das paredes. Fogos de artifício apropriados para a luz do dia estouravam nos céus.
    Ah, quase esqueci! Amanhã é o dia que A. chega de suas viagens. Estou tão feliz! Até onde eu sei, ele e sua família estarão hospedados no Casarão.
    Mal posso esperar até lá.

*** 

    20 de outubro

    A. nos contou um pouco de suas viagens pelo mundo humano. Ele foi ao Tibet, Marrocos, França, e muitos outros lugares desse tipo. Claro, eu nunca fui em lugares assim, mas diz ele que são extraordinários. Parece dizer a verdade, pois parecia cansado e um tanto abatido. Resolvemos deixá-lo descansar um pouco e dentro de alguns dias iremos visitá-lo.

***


    Fui lendo o diário de pouco em pouco, algumas páginas estavam destruidas, outras arrancadas, mas o que mais me chamou atenção eram duas cartas que caíram dele.

***

     4 de dezembro

    Querida Rosemary,

    Sei que não nos falamos há quase um mês, mas eu realmente preciso da sua ajuda.
    Você tem uma casa em Nuvia que não usa, não é? Sabe, aquela cidade no condado de Katrinemburgo. Nós precisamos nos afastar de Corialle o mais rápido o possível. Parece que descobriram o segredo de Delia e da nossa família.
    A Revolução já começou e está perto de chegar aqui no reino, então eu preciso de um grande favor seu: pode nos "doar" a casa até a Revolução acabar?
    Por enquanto estamos bem aqui no palácio, mas do jeito que as coisas estão, nós precisaremos sair daqui o quanto antes. Tente responder o mais depressa que puder.
Irina
    5 de dezembro

    Querida Iris,

    Mas é claro que pode ficar lá! Sei que com a Revolução chegando em Corialle, tudo ficou mais difícil. Temo que vocês serão os mais atingidos por isso, mas pensem que é apenas parte do povo contra vocês.
    Claro, isso não é nem um pouco relaxante, mas são poucos os rebeldes.
    Vai dar tudo certo, eu prometo. Qualquer coisa nós temos como nos comunicar.
    Bem, aqui vai o endereço:

    Rua Maxindale, 723 - Bairro Moonlight.

    Espero que fique bem.
Rose

***

    Terminei de ler poucos minutos antes dos primeiros raios do luar. Aproveitando a escuridão, voltei para a entrada do Refúgio, me trancafiando dentro de casa, para que ninguém percebesse que eu estava lá.
    Eu estava sozinha nessa.
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Nota: OK, eu sei que esse cap demorou MILÊNIOS para sair, e que ele pode estar muito ruim. Peço desculpas por isso, mas não prometo que não vai se repetir, só vou me esforçar ao máximo para postar. Eu ainda não sei qual será a frequência das postagens, mas a princípio seguirão sendo semanais.
Beijos Gio ♥

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Novamente atrasada e Pedindo desculpas.

    Meu Deus!
    Eu realmente preciso parar de gastar tempo e finalmente me concentrar no que é importante (no caso, ideias novas, escrever os capítulos, etc.), mas eu simplesmente não consigo.
    Nestas férias eu esperava conseguir escrever o conto com mais facilidade, mas acabou que o tiro saiu pela culatra e tudo deu errado. Durante esta viagem que fiz para Foz, agora no Ano-Novo, eu saía constantemente do hotel e consequentemente precisava "roubar" a internet dos restaurantes, shoppings e outros lugares que eu ia (o que muitas vezes não dava muito certo). Quando eu chegava no hotel, muitas vezes eu não tinha a inspiração que eu precisava ou a paciência que me faltava, e quando eu finalmente conseguia o que eu precisava, a internet caía, eu precisava sair para jantar/fazer outro passeio, ou - raramente - faltava luz, algo que realmente aconteceu em um dos dias da viagem.
    Agora, eu estou na casa da minha avó, novamente sem internet, e disputando o único computador que existe na casa inteira com meu irmão, minhas tias, pais, cachorro, gato, periquito, papagaio... Praticamente todos da casa querem usar a porcaria do computador.
    Enfim, eu PROMETO que eu vou terminar a lindeza deste capítulo, e, se precisarem, podem me dar um belo puxão de orelha e dar sugestões de como eu posso ter mais tempo, paciência, criatividade/inspiração e internet para conseguir fazer isso, nos comentários.
    Bem, espero que vocês tenham tido um feliz Natal e um bom Ano-Novo, e se me derem licença, vou terminar o capítulo 12.
    Beijos e boa sorte para mim! :p