segunda-feira, 30 de junho de 2014

Capítulo 18 - Confronto Final


    5 de janeiro, quinta-feira, 12h

    Eles atacariam novamente. Eu sabia disso, eu sentia isso. Aprendi com aquela experiência, que não podia confiar em qualquer um. Nossa, meus pais haviam me dito isso quando eu era pequena e então... a idiota aqui resolve desobedecê-los.
    Meus amigos haviam saído para falar com Aurich, sobre o ataque do dia anterior, me deixando sozinha no quarto.
    Charlotte e Sophie não foram mais vistas desde ontem, assim como Jake. Talvez eles estivéssem planejando alguma coisa terrível ou alguma tortura para mim, ou até mesmo a morte certa!
    Acalme-se, nada vai acontecer.
    Saí do chalé, um tanto tropega. Havia torcido o pé e agora estava manca, mas ainda conseguia caminhar.
    Resolvi sentar na beira de um lago que havia na escola, com uma fonte e alguns peixes nadando nele. Avistei Connor andando por ali e o chamei para sentar comigo.
    - Oi. - Ele disse. Não respondi.
    - O que você faria se algum conhecido seu fosse ameaçado de morte? - Encostei a cabeça em seu ombro.
     - Você está sendo ameaçada? - Ele perguntou preocupado.
     - Mais ou menos.
     - Quem está fazendo isso? - Ele se levantou.
     - Se eu disser, você pode morrer. Eu não quero que isso aconteça com você. - Disse eu.
     - Não importa. Quero te ajudar. - Ele segurou minhas mãos. - Estamos juntos nessa.
     Sorri para ele. Com amigos assim, eu sabia que eu poderia confiar qualquer coisa.


     - Delia! - Anna estava me chamando.
     - O que foi? - Gritei em resposta.
     - Aí está você. - Falou com um sorriso. - Conversamos com Aurich e ele disse que vai colocar uma patrulha em volta de todo o colégio. Ele vai colocar uma guarda aqui na porta da casa para lhe proteger.
     - Hoje não. - Falei. - Sinto que algo está para acontecer. Eles vão voltar.
     - Se isso vai acontecer, devemos ficar aqui hoje.
     - Não, Anna! Eu preciso de vocês comigo, e não de guarda.
     - Qual a ideia? - Katherine perguntou, chegando naquele momento.
     - Nós vamos lutar. - Disse eu.
     - Ela está louca! - Anna gritou.
     - Anna! Pare com isso! - Katherine disse.
     - Precisamos fazer isso. Só assim eles vão ser derrotados. - Falei. Elas pareceram entender a ideia. - Ótimo!


     5 de janeiro, quinta-feira, 20h

     - O que faremos agora? - Kath perguntou.
     - Sentamos e esperamos. - Falei.
    Eu, meus amigos, Aurich, mais toda a Ordem dos Guardiões, o Conselho de Filhos da Lua e muitas criaturas mágicas, estávamos nas fronteiras de Corialle com o Outro Mundo. Eu sabia que Jake e seu exército atacariam a qualquer momento.
    Parecia que eles me rastreavam, pois sabiam onde eu estava a qualquer hora do dia. Acho que Jake se inscreveu nessa escola, por causa de mim e achava que conseguiria me matar. Como estava enganado!
    O exército de inimigos chegou logo depois. Senti um frio intenso na barriga ao ver aquilo tudo. Percebi que apenas haviam humanos na tropa.
    - Não sabia que era permitida a entrada de humanos aqui. - Sussurrei paea Christine.
    - E não é! - Ela esclamou baixinho.
    Eles se aproximavam cada vez mais com seu batalhão de guerreiros.
    - Pronta para morrer? - Jake perguntou.
    - Depois de você. - Falei sarcástica.
    Ele pareceu se irritar.
    - Prepare-se. - Virou-se de costas e deu três passos.
    Ele virou de frente com ferocidade no olhar e lançou-se para a luta.
    Corremos ao encontro do seu batalhão e sacamos espadas, arcos, facas e qualquer outra coisa. Era característica dos Filhos da Lua terem um arco ou uma espada. Eu, no caso, tinha os dois.
    Saquei o arco e disparei uma rajada de flechas por cima de sua armada, enquanto eles correspondiam por espadadas em meu grupo.
    Havia muitos feridos naquela batalha, mas nenhum morto. Ainda.
    Voei por cima da armada de Jake e segurando meu arco em forma horizontal, derrubei muitos humanos. Meu alvo principal era Jake. Eu queria acabar com aquilo de uma vez por todas.
    - PREPAREM-SE PARA MORRER! - Gritei com ferocidade, chamando todo o meu batalhão para cima de Jake, Sophie e Charlotte.
    Uma fumaça espessa se formou em volta de nós e depois de alguns minutos, a poeira baixou, revelando assim a nossa saída vitoriosa da batalha.
    Agora não tinha mais nada para me preocupar. Tudo havia acabado bem e meus amigos não estavam mortos. Feridos, mas não mortos.
    Peguei uma das esferas ds Aurich e nos teletransportei para a enfermaria da escola, mesmo jurando que nunca mais voltaria lá, porém agora já não havia mais perigo.
    - Descansem. - Disse eu a eles. - Volto amanhã para ver como estão.
    Saí feliz, para meu chalé, sabendo que poderia dormir tranquila por não ter mais nenhuma ameaça em minha vida.

sábado, 28 de junho de 2014

Capítulo 17 - Reviravolta


    4 de janeiro, quarta-feira, 18h30min

    Eu andava em círulos no meio do quarto. Eu já havia me arrumado e colocado a espada em uma bolsa. Talvez Amelia estivesse se preocupando demais, assim como eu.
    - O que faz tão arrumada? - Anna perguntou. Ela ainda não sabia do bilhete.
    - Vou sair. - Respondi.
    - Para uma premiação?
    - Não. - Ainda não sei, mas com certeza não será uma premiação. - Anna, sabe se Katherine ou Amelia estão?
    - Elas saíram. Eu vou encontrá-las, mas se você quiser vir, está convidada.
    - Prefiro ficar aqui. - Falei. - Até mais.
    - Até. - Ela saiu e fechou a porta.
    Caramba, não preciso me preocupar demais.
    Andei até a porta e verifiquei o horário. 19h30min. Ainda faltava meia-hora.
    Deitei em minha cama e ajustei o alarme para 20h. Peguei no sono e não tive nenhum sonho.


    Acordei exatamente na hora, com o alarme tocando. Fui até a porta e abri-a para sair. Chovia do lado de fora e precisei pegar um guarda-chuva para não me molhar.
    Cheguei ao Salão de Baile e ainda ninguém tinha ninguém ali. Sentei por alguns minutos em uma das cadeiras que havia ali e esperei. Quando pensava em ir embora, um vulto apareceu nas sombras.
    - Olha quem veio! - Disse num tom debochado. - Não pensei que viria, sabendo de meu histórico com você...
    - Jake. - Disse em voz baixa.
    - Eu mesmo.
    - Por que me mandou este maldito convite? - Perguntei com raiva e com uma certeza que algo daria terrivelmente errado.
    - Com a intenção de lhe pedir algo. - Ele disse me encarando de modo estranho. - Que acabe este problema que meu pai causou para você.
    - Quem é seu pai? - Perguntei com a sensação aumentando.
    - Meu pai é... Victor.
    Fiquei com uma sensação de leveza e preocupação ao mesmo tempo.
    - C-Como assim? - Me preparei para uma luta iminente.
    - Simples. Antes eu queria fazer o mesmo com quem matou meu pai, mas quando eu descobri que você era a sua assassina, Delia, eu desisti desse plano. Eu quero agora parar com este problema que meu pai lhe causou, como a maldição. Apenas quero que você seja minha. - Ele tomou-me em seus braços. - E assim nossos problemas acabarão. Você aceita?
     - Não. - Disse eu. - Eu não quero.
     - Então prepare-se para a luta. - Ele puxou uma espada e uma corrente, e eu puxei minha espada.
     Jake fez um corte em meu braço e em meu rosto. Desviei dos outros golpes e  o joguei no chão. Pisei em cima dele e voei, ele segurou meu pé e me jogou no chão. Comecei a me desesperar, mas não desisti.
     - Últimas palavras. - Ele disse me erguendo e segurando pelo pescoço, com um olhar maligno no rosto.
     Olhei para seus pés e dei uma rasteira nele. Bati o pé e raízes saíram do chão e formei um chicote com elas. Lancei o chicote na perna de Jake e o balancei no teto, batendo-o nas paredes.
    Caindo no chão, ele se arranhou todo e eu apontei a espada para seu pescoço. Ele abriu um sorriso debochado e assoviou alto. Fiquei com um péssimo pressentimento sobre aquilo. Duas moças encapuzadas apareceram na nossa frente. Reconheci-as por causa dos cabelos e das vozes: eram as mesmas mulheres que tentaram sacrificar Amelia e as outras meninas na enfermaria.
    Elas me jogaram longe e levantaram Jake do chão. Bati com a cabeça na parede e cai no chão.
    Quase sem forças, levantei a cabeça. Elas tiraram os capuzes e fiquei terrivelmente surpreendida com aquela descoberta: As moças eram Charlotte e Sophie.
    - Que surpresa. - Charlotte falou
    - Que surpresa digo eu. - Falei. - Sabia que vocês eram más e idiotas, mas agora confirmei isso.
    Charlotte e Sophie se irritaram. Jake abraçou Charlotte e a beijou.
    - Calma, querida. Ela não vai mais nos incomodar a partir de agora. - Ele disse.
    Algo estava acontecendo. Cinco vultos irromperam pela porta: Eram meus amigos!
    - Vamos! - Anna gritou. Katherine derrubou Jake, Charlotte e Sophie no chão e me ajudou a levantar.
    Me apoiei em Anna e Amelia e elas me guiaram até a porta, enquanto os três vilões estavam caídos no chão, inconscientes.


    Meus amigos me levaram até o chalé novamente. Descansei por muito tempo, até eu recuperar totalmente minhas forças.
    - Eles vão voltar. - Falei para meus amigos. - Temos que nos preparar.
    Me senti uma idiota por ter aceitado o convite desconhecido. Não sabia que poderia ser uma ameaça do filho de Victor, Jake.
    - Descanse um pouco mais. - William falou.
    Alguns deles saíram, mas Nick e Anna ficaram.
    - Melhoras. - Nicholas disse.
    - Fique bem. - Anna falou.
    Dormi bastante e novamente não tive nenhum sonho.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Capítulo 16 - Um Plano


    4 de janeiro, quarta-feira, 16h

    Hora do intervalo. Fui até os jardins, sozinha para ordenar meus pensamentos. Fiquei pensando por muito tempo no "convite" do desconhecido. Sobre o que seria? Era lógico que me mandassem um convite para algo, mas não dizer, apenas me preocupava. Do jeito que minha vida anda, tenho que ficar alerta. Victor está morto, seu herdeiro quer me matar e uma maldição caiu sobre mim e meus amigos. Tem como piorar?
    - Delia! - Era Katherine. Ela estava sozinha
    - Quer sentar? - Perguntei.
    Ela assentiu.
    - Foi muito boa a enrolação que você fez na aula. - Falei.
    - Eu sei. - Ela jogou os cabelos para trás, em uma brincadeira. - É um talento que eu tenho.
    Deitei na grama e tirei o papel de meu bolso. Analisando-o, percebi algo no seu verso.

Comemoração privada

    Aquilo de nada me adiantava. Que comemoração seria aquela?
    Minha cabeça estava cheia de perguntas e coisas para fazer. Tinha que descobrir se aquilo era algo seguro ou não e bolar um plano para aquela noite.
    - Kath, você me ajuda a fazer uma coisa? - Perguntei depois de um tempo.
    - Claro! Por que?
    - Preciso de ajuda para resolver isso. - Mostrei à ela o convite.
    - Peça para Amelia, ela vai lhe ajudar com o plano. - Ela disse por fim. Ela se levantou. - Vamos, o intervalo acabou.


***

    O dia se arrastava e parecia não querer acabar. Tivemos aulas das ditas "aulas normais". A matéria era Ciências, mas um pouco diferente, apenas por ter a fisionomia de uma sílfide como modelo.
    Comecei a desenhar em meu caderno, mesmo sem ter nada em mente. De repente entrei em um transe e comecei a desenhar loucamente imagens, formas, objetos e muito mais. Eu conseguia ver o que se formava ali, mas nunca sabia o que era antes de eu começar a desenhar.
     Palavras começaram a se formar:

Para abrir a porta, precisa-se de outra.
Corredeiras escuras algo se encontra.
Ora, Filha da Lua, não perca tempo,
Resolvendo este passatempo
Corra, sem demora
Até o ninho da ave
Que ainda outrora,
Foi o esconderijo da chave.

    No meio de um desenho de uma chave, de uma fênix e de uma caverna com um rio, havia este estranho poema.
    - Amelia! - Sussurrei. Ela veio quando ninguém olhava.
    - O que foi?
    - Preciso que você decifre isso. - Empurrei o desenho para ela.
    - É uma mensagem. - Ela disse depois de algum tempo. - É uma pista sobre o que você deve fazer.
    - Outra coisa: Preciso que você me ajude a bolar um plano.
    - Para quê?
    - Isto - Mostrei à ela o convite e expliquei a situação.
    Ela começou a escrever em um papel e me mostrou uma lista de coisas.
    - Você não sabe o que deve fazer, não é? - Ela perguntou e eu assenti. - Primeiro, você não sabe quem lhe mandou, então não confie. Segundo, talvez seja uma armadilha, então deve ter um plano. Este:

  1. Leve uma bolsa com sua espada.
  2. Surpreenda o inimigo.
  3. Prepare-se para uma luta,
  4. Não se importe com a roupa. Se ela rasgar só lhe dará mais rapidez.
  5. Prepare em sua cabeça alguns movimentos de luta.
  6. Aperfeiçoe seus feitiços.
    - Obrigada, Mia. - Abracei-a. O sinal tocou, finalizando a aula.

***

    4 de janeiro, quarta-feira, 18h

    Estava quase na hora da "comemoração". Eu estava temerosa que algo desse errado, mas tinha muita coragem sobrando para aquela noite.
    Sentia que seria uma noite estranha. Seria inesquecível.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Capítulo 15 - Algo Importante


    Acordei e percebi que estava atrasada. 8h30min. A primeira aula já havia começado.
    Maravilhoso!
    Me arrumei às pressas e corri para a sala de aula, torcendo para que a professora não notasse.
     Cheguei lá e vi que Anna, Kath e Mia já estavam lá. Abri a porta e entrei de fininho, mas Ruby percebeu e ficou irada.
     - O que você está fazendo? Vá pegar um bilhete para entrar na sala. - Seus cabelos mudaram para um rubro escuro.
     Fui para a sala da coordenadora, que ficava ao lado da nossa. Ela gritou um pouco e me deu a autorização.
    Adoro.
    Entrei na sala e sentei ao lado de Connor. Era o único lugar sobrando, mas era ao lado de alguém que eu conhecia e gostava.
    - Quando você precisar de uma autorização para entrar, peça para mim. Eu conheço uns caras que fazem esse tipo de coisa e então não preciso ouvir a gritaria da coordenadora. - Connor disse.
    - Você falsifica bilhetes? - Perguntei.
    - Meus amigos falsificam.
    - Ótimo. Tenho um namorado que tem amigos falsificadores. - Dei um beijo na sua bochecha.
    - Aula boa, não? - Anna nos falou. - Estão prestando muita atenção na aula de Ruby.
    Dei um riso.
     - Anna, estou prestando atenção. - Falei. - Só estou descansando entre suas palavras.
     Saí com a bolsa cheia. Parecia que quanto mais matéria, mais pesado meu caderno ficava. Tive que me apressar para a próxima aula, para não levar um xingão da coordenadora novamente.
     Abri meu caderno e um papelzinho caiu de dentro dele.

Convido você para...

    O papel estava rasgado no complemento da frase. Mas o bilhete continuava:


Lugar: Salão de Baile
Hora: 20h
Obs: Esteja lá com um vestido de gala.

    Era um convite. Eu estava curiosa para saber o que era. Pena que o convite estava rasgado.
    - Bom dia, eu sou, Antônio professor de Poções. Queria saber seus nomes antes de continuar. - Ele foi apontando para as pessoas e elas foram dizendo seus nomes, até chegar em mim.
    - Delia, preste atenção. - Katherine disse, sentada ao meu lado. - Você está no mundo da Lua mesmo!
    - Qual é seu nome, garota? - Antônio repetiu.
    - Delia Paraskevi. - Falei.
    Ele pareceu se surpreender, assim como o resto da turma.
    - A filha de Vivian e Tibério Paraskevi, reis de Corialle. - Ele abriu um sorriso de canto.
    Odeio quando falam quem são meus pais. Faz parecer que sou difente dos demais.
    Um burburinho começou a se formar na sala de aula. Com certeza estavam falando de mim.
    Afundei-me em meus braços, morta de vergonha. Tinha medo de que perguntassem como era a vida em um castelo, mas eu não tinha como responder, pois havia vivido minha vida inteira em um chalé.
    Tinha vontade de morrer naquele momento.
    - Te tiro dessa. - Katherine disse. - Professor, qual o nome dessa poção? - Ela ergueu o livro. O homem olhou para ela e dispersou-se.
    Pisquei para ela, e movi meus lábios, como se disesse "obrigado".
    Enquanto Katherine continuava com a enrolação, eu pensava no bilhete. Quem será que me mandara, e o que será que eu deverei fazer?

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Capítulo 14 - A Esperança é a Última que Morre


    Chegamos no colégio antes que alguém desse por nossa falta, ou seja, que entrassem em pânico por terem perdido 3 alunas.
    O corpo de Amelia estava deitado na cama, inerte e com a boca aberta.
    - Delia, você tem certeza que isso vai dar certo? - Katherine perguntou.
    - Se pensarmos positivo, talvez. - Disse eu, colocando tudo em um pote.
    Ok, eu tenho que misturar tudo e dar a mistura para Mia.
    Misturei a raíz de batata, as folhas de cerejeira e os pêlos de unicórnio e despejei a Água da Vida no pote.
    Agora era a hora. Cheguei perto do corpo de Mia e despejei a mistura dentro de sua boca. Fui para perto de Anna e Katherine e cruzei os dedos.
    Ela não se mexeu. Talvez demorasse um pouco de tempo até que o elixir funcionasse.
    - Funcione, por favor. - Murmurei.
    Ainda nada.
    Algo não estava certo. Eu havia pego tudo, a Água havia sido coletada à meia-noite ( Eu peguei outro frasco, pois não confiava em Nyra.) e misturei tudo na ordem e horário certos.
    - Eu não entendo... Era para ter funcionado. - Falei.
    Resolvi procurar no diário.

Complemento do elixir:
Os Guardiões terão que dar as mãos e entoar o feitiço de evocação da Guardiã da Fonte da Vida, para que esta lhe devolva a vida.

    Teremos que chamar Nyra. Que ótimo!
     - Chame os meninos. - Falei. - Temos que fazer algo importante.

    William e Nicholas chegaram rápido, nos perguntando por quê nós os chamamos. Contamos à eles o que havia acontecido à Amelia e o que deveria ser feito.
    Começamos a entoar o feitiço e uma luz azulada apareceu no centro do círculo. A imagem de Nyra apareceu no meio da luz.
    - Por que vocês me chamaram? - Ela perguntou.
    - Porque precisamos de você para devolcer a vida de nossa amiga. - Disse eu. - Pelo menos é o que o diário diz.
    - Que diário? - Nyra perguntou.
    - Este. - William mostrou-lhe o objeto.
    Nyra pareceu se surpreender ao ler o nome da dona.
    - Elizabeth Paraskevi. - Repetiu. - Quem aqui é o descendente de Elizabeth?
    - Eu, Delia Paraskevi - Dei um passo à frente.
    Nyra se surpreendeu.
    - Eu farei isto apenas porque você ê a herdeira de Elizabeth. - Ela falou.
    Ela andou para perto da cama de Amelia e fez um sinal. De suas mãos, saiu um pó dourado brilhante que foi parar no rosto de Mia.
    - Isto deve dar. - Disse ela. - Adeus. - E sumiu no ar.
    Para a alegria geral, Amelia abriu os olhos e se mexeu.
    - AMELIA! - Corri para abraçá-la, seguidande Anna e Katherine, enquanto William e Nicholas nos esperavam ao longe.
    - O que está acontecendo? - Amelia disse rindo.
    - Nada, minha amiga! Não há nada para se preocupar. - Falei.

***
    
    Já era noite e tudo havia voltado ao normal. Todos nós estávamos bem e isso que importava. Eu havia conseguido adiar um pouco uma parte da maldição.
    Mas não queria dizer que ela não tardaria a se realizar novamente.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Capítulo 13 - A Fonte da Vida - Parte 2


    Avistei Christine esperando-nos. Ela já havia chegado lá antes do que nós, pois havia usado um feitiço de teletransporte.
    - Olá! - Ela falou enquanto pousávamos em silêncio na sua frente.
    - Então é aqui? - Anna falou.
    - O portal entre Nuvia e Corialle, e lar da Fonte da Vida. - Uma voz falou. Era uma moça com cabelos loiros, olhos azuis e um vestido azul, que pairava acima de uma pedra. - Eu sou Nyra, Guardiã de Naria e da Fonte. O que vieram fazer aqui?
    - Viemos pegar um pouco da Água. - Respondi.
    Ela pareceu ficar incomodada com minha resposta.
    - Não. - Ela disse secamente. - Vocês vão embora.
    - Temos que pegar a água! - Katherine exclamou. - Nossa amiga está... morta.
    - Mas que pena! - Nyra falou sarcasticamente. - Peguem a Água. - Ela mostrou um frasco cheio e eu estendi a mão, mas logo ela o recolheu. - Pensam mesmo que eu lhes darei isto?
    - Não confia em nós? - Perguntei mostrando meus dentes em um sorriso de canto.
    - Acabei de conhecer vocês. - Ela respondeu. - Não posso confiar em vocês.
    Subi em sua pedra.
    - Escute, nós precisamos desta coisa para salvar alguém. - Disse eu entre dentes. - Nós realmente precisamos.
    Nyra pensou um pouco e estreitou os olhos.
    - Muito bem. Pode ficar com este maldito frasco, se você passar em um desafio.
    - Que tipo de desafio? - Estreitei os olhos também.
    - Você terá que dar a volta na ilha e passar por uma pista de desafios.
    - Parece fácil. - Falei, dando de ombros.
    - É o que veremos.

    Fomos até uma ilha que fazia parte de Naria, onde eu passaria pela pista de desafios.
    - Se você voltar viva, eu lhe darei o frasco. - Nyra falou.
    - Ótimo.
    Levantei voo e fui ao encontro do primeiro desafio: Andar em uma corda bamba por cima de uma piscina de lava.
    Nyra queria me matar.
    Me equilibrei, segurando um bastão e comecei a andar. Estava quase lá, quando meu pé escorregou e eu perdi o equilibrio. Quase caí dentro da lava, mas impulsionei meu corpo para o outro lado e levantei novamente.
    Desafio 1 completo.
    Passei para o segundo desafio: Passar por bastões afiados e lâminas que pendulavam.
    Corri por entre elas e  uma quase me acertou. Cortou um fio de meu cabelo, mas passei logo.
    Desafio 2 feito.
    Terceiro e que parecia ser o mais fácil: Vencer uma corrida.
    Um adolescente com mais ou menos 17 anos, me esperava em uma pista de corrida desenhada no chão. Uma corrida de obstáculos.
    - Você vai perder feio, Ruiva. - Ele disse.
    - Veremos.
    Disparei na frente, com o garoto logo atrás.
    - Não acredito - Ele murmurou.
    Pulei por cima das barras e tropecei em uma, mas não caí, nem derrubei o objeto.
    Passei pela linha de chegada e finalizei os três desafios.
    - Nyra, agora me dê o frasco. - Fui até ela. - Passei por todos os desafios e estou aqui, viva.
    Ela fez uma careta e me entregou o potinho.
    - Cuide bem do elixir. Ele ainda vai ajutar muitos. - Ela falou.
    Misturei os ingredientes e o tampei.
    Saí da ilha junto com Katherine e Anna.
    - Que desafios foram aqueles? - Anna perguntou.
    - É, parecia que Nyra queria lhe matar! - Katherine comentou.
    - Até que foram bem fáceis. - Falei rindo. - Mas realmente, ela queria me matar.

    Voltamos para o quarto e vimos o corpo de Amelia em cima de sua cama. Alguém o havia colocado lá. Havia um bilhete ao seu lado.

Pensei que fossem precisar. Vejo vocês outro dia.
                                                                                                                  - A

    Aurich sabia que estávamos indo buscar a Água da Vida em Naria. Foi ele que colocou o corpo dela ali.
    Agora deveríamos ter esperança e esperar que o elixir funcionasse.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Capítulo 13 - A Fonte da Vida - Parte 1


    No que o sol bateu em nosso rosto, acordamos e começamos a nos preparar. Queria obter o elixir de uma vez, para que Amelia voltasse para nós. Sei que fazia apenas um dia, mas eu já sentia muita saudade dela.
    Consultei o diário, e encontrei um jeito de fazer uma poção da vida à partir da àgua da fonte.

Poção da vida - Traz os mortos de volta à vida, como se nunca houvessem morrido.

Ingredientes:


- Água da Fonte da Vida

- Pêlo de unicórnio
- Folhas de cerejeira
- Raízes de batata.

Modo de preparo:


Encha um pote com a Água e despeje o pêlo de unicórnio dentro. Amasse as folhas de cerejeira até virarem farelo e corte as raízes de batata. Serve de 1 a 4 pessoas.


Obs: Recolha a água até a meia-noite de uma noite de lua-cheia


    Perfeito! Era exatamente o que precisávamos.
    - Encontrei uma forma de fazer a poção! - Gritei alegremente. - Precisamos de pêlo de unicórnio, folhas de cerejeira e raízes de batata, fora a Água.
    - Ótimo! - Katherine bateu palmas. - Logo Mia estará entre nós novamente!
    Me vesti e acabei sendo a última a ficar pronta. Coloquei botas UGG e uma camiseta azul de mangas compridas.
    - Vamos? - Subi no parapeito da janela e abri minhas asas.
    Katherine e Anna seguiram meus movimentos. Levantamos voo rapisamente e logo já estávamos no lado de fora do coléfio. Christine optou por não nos seguir, já que poderia aparecer na nossa frente quando chegássemos lá.
    - Delia, e se o diretor descobrir que nós saímos do colégio? - Kath perguntou.
    - Ele não vai descobrir. - Disse eu, pousando para pegar um pouco de folhas de cerejeira e raízes de batata. - Ninguém vai.
    - Nós ficaremos fora por um dia inteiro. Óbvio que darão por nossa falta!
    - Kath, não precisa se preocupar. - Anna disse tranquilamente.
    Katherine pareceu relaxar um pouco e não ficou mais tão nervosa.
    Seguimos voo até uma fazenda, onde havia, por obra do destino, um estábulo de unicórnios. Encontrei o dono do lugar e pedi por um pouco do pêlo de um dos unicórnios. Ele era um Duende ancião, mas consegui falar com ele, por causa da facilidade com idiomas mágicos.
    - Claro que pode pegar. - Ele respondeu. - Mas cuidado que alguns deles são nervosos.
    - Pode deixar. Sou boa com animais. - Respondi.
    Fui até onde um unicórnio, que parecia bravo, estava.
    - Calma, calma! - Movimentei as mãos, mas o animal não pareceu me escutar. - Acalme-se. - Repeti o movimento eele pareceu se acalmar o suficiente para eu arrancar um pouco de seu pêlo. Agora só faltava a Água.
    Agradeci ao fazendeiro e levantei voo novamente, com minhas amigas me seguindo logo atrás.
    Passamos por muitos lugares com animais e criaturas místicas, todas diferentes umas das outras, mas nenhum deles era Naria.
    Chegamos em uma ilha escura, quase negra. Era lindo, e os vagalumes e fadinhas voando por ali, iluminavam o lugar. Pude sentir a súbita mudança de energia, pelo modo que tudo parecia mais mágico.
    - Chegamos em Naria. - Disse eu.

domingo, 15 de junho de 2014

Capítulo 12 - Corrida Contra o Tempo


     Anna! Kath! Venham cá! - Gritei desesperada.
    - O que... - Anna tapou a boca com as mãos, horrorizada. - Mia!
    - Amelia! - Katherine se jogou por cima do corpo e começou a lacrimejar. - Quem fez isso com ela?
    - Eu não sei. - Disse eu com uma lágrima rolando pelo meu rosto. - Apenas encontrei um bilhete que dizia que algo estava para acontecer. - Fiquei em silêncio por alguns instantes. - Eu fui amaldiçoada.
    - Por que? - Anna perguntou. - Você não fez nada.
    - Eu matei Victor quando era criança, agora seu herdeiro me amaldiçoou e quer me matar. - Expliquei. - Ele não vai começar por mim, mas por vocês. Assim como ele fez com... - Não consegui completar a frase e recomecei a soluçar.
    - Não chore. - Uma voz veio da janela. Era Christine.
    - Christine! Entre.
    Ela abriu a porta e corri ao seu encontro abraçando-a, como uma criança procurando refúgio nos braços da mãe.
    - Querida, não chore. Acalme-se. - Ela acariciava meus cabelos. - Eu sei que foi difícil você perder sua amiga, mas há um jeito de trazê-la de volta.
    - O quê? Ainda há um jeito de trazê-la de volta? - Perguntei esperançosa.
    - Sim, mas é muito arriscado. - Ela advertiu. - Você terá de ir à fonte da vida, em Naria e pegar um pouco da água. Ela trará quem está morto, de volta à vida. A água deverá ser pega à meia noite em uma lua cheia.
    - Entre hoje e amanhã é lua cheia. - Pensei em voz alta.
    - Você deverá ir hoje para lá, se quiser que sua amiga sobreviva. - Ela falou.
    -  Naria é um reino vizinho?
    - Não, é longe daqui. Naria é um portal de divisão entre Nuvia e Corialle.
    Então por que eu vim com o portal de Aurich?
    - Querida, ele é longe demais para vocês. Ele optou por pegar o caminho mais fácil. - Disse ela, como se lesse meus pensamentos. - Naria é um reino perigoso, por isso que ele não quis ir para lá e ele nunca colocaria a sua segurança em perigo, nem a de seus amigos.
    - Levarei algumas poções e a minha bolsa. - Disse eu. Minha bolsa era nada mais que meu arsenal de bombinhas e poções, além de guardar cordas e uma espada portátil (Cortesia de um feitiço de Aurich).
    - Estou saindo. - Fui até a porta. - Vou buscar o elixir.
    - Agora? - Kath perguntou. - Mas é quase noite!
    - Delia, Ouça Katherine. É melhor você sair amanhã de manhã. Não vai dar tempo de chegar lá hoje.
    - Eu vou com você. - Anna se prontificou.
    - Eu também! - Kath colocou a mão no meu ombro. - Você sabe que estamos juntas para o que der e vier.
    Sorri para elas.
    - Muito bem, partiremos amanhã de manhã, então. - Disse eu, com as mãos no quadril.
    
    Já eram 21h e eu já ia me deitar. Eu queria chegar cedo em Naria para conseguir o elixir.
    Já haviam retirado o corpo de Amelia do quarto, mas eu havia pedido que guardassem seu corpo, sem revelar que era para ela receber o elixir da vida.
    Nunca quis que Amelia morresse. Nunca quis ter matado Victor para ganhar esta estúpida maldição. Nunca quis me envolver com magia. Nunca pensei que minha vida pioraria radicalmente depois do meu aniversário!
    Deitei e me cobri até a cabeça com o cobertor e chorei.
-----------------------------------------------------------------
Esse capítulo era para ser pequeno mesmo, pois o próximo capítulo, (A Fonte da Vida), terá duas partes.
Beijos Gio.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Capítulo 11 - Maldição


    3 de janeiro, quarta-feira

    Em meu sonho eu corria desesperada. Eu estava em uma floresta escura com àrvores sem folhas. Tropecei em um galho e percebi que estava se aproximando. Era como se alguém estivesse atrás de mim, mas eu só conseguia ouvir seus passos. Eu sentia que isso estava perto de mim, mas sempre que eu olhava para trás, não via ninguém.
    - O que está acontecendo? - Me perguntei em voz alta.
    Ouvia os passos se aproximando, mas continuava não vendo o que me perseguia.
    - MALDIÇÃO! CONDENO A FILHA DA LUA A SOFRER UM DESTINO HORRÍVEL, PIOR DO QUE A MORTE! - Uma voz gritou.
    Vi a sombra de uma garra passar por cima de mim e tudo ficou escuro.

    Acordei suada na minha cama. As garotas ainda estavam dormindo, enquanto eu estava paralisada pensando em meu pesadelo.
    Estremeci quando lembrei aquelas palavras. Eu sabia que a Filha da Lua era eu.
    Em que confusão você foi se meter, Delia.
    Calada, eu saí sem fazer barulho e fui até o porão do colégio, procurando Aurich.
    Encontrei no chão, ao lado da escola, uma porta desenhada. Peguei a fechadura e abri o orifício.
    - Aurich? - Disse eu, iluminando o caminho com uma lanterna. Aquele lugar parecia mesmo antigo, com os ladrílhos azuis escuros e tochas na parede. Encontrei uma porta de madeira que parecia abrir para uma sala. Conseguia ouvir vozes, então pensei que ele poderia estar ali.
    Vi que havia um buraco na porta e resolvi olhar quem eram as pessoas. Aurich era uma delas e Christine estava lá, além de outras mulheres e homens.
    - Então a maldição caiu sobre ela? - Christine falou. Ela parecia preocupada.
    - Esta noite. - Aurich estava sério. - Victor lançou esta maldição sobre ela, mas apenas o sonho veio hoje.
    - Estamos ficando sem tempo. - Uma moça negra falou. - Ela precisa saber de tudo antes que o tempo acabe!
    - Acalme-se Pandora. - Disse um dos homens. - Temos tempo suficiente para mostrar à ela.
    - Muito Bem! - Aurich bateu com um cajado no chão. - O Conselho aprova que revelemos a verdade à ela?
    Todos assentiram. Levantaram-se para ir embora e acabei me deseperando e saí correndo para meu dormitório. Falaria com Aurich quando amanhecesse.

    O Sol nascia e eu estava acordada. Não conseguira dormir, com toda aquela tensão do sonho e do Conselho. Por que será que eu havia sido amaldiçoada?
    Fui tomar banho e me vestir, pois eu queria esclarecer tudo com Aurich. Me arrumei às pressas e nem cheguei a pentear o cabelo, deixando minha juba ruiva desarrumada.
    Encontrei um bilhete em cima da cômoda, ao lado da cama.

Encontre-me no porão. Preciso falar com você sobre algo importante.
- A

    Saí para o colégio, deixando Anna, Kath e Mia no dormitório.
    Encontrei novamente a porta desenhada e desci as escadas, encontrando Aurich no final delas.
    - O que você quer me dizer de tão importante? - Perguntei.
    - Falaremos disto quando chegarmos no lugar apropriado. - Ele falou secamente. Não parecia o mago que eu conhecia.
    Entramos na sala da noite anterior, a qual eu não teria coragem de falar para ele que eu estava espionando o Conselho na noite anterior.
    - Delia, aqui está o Conselho dos Filhos da Lua. - Aurich mostrou seus componentes. - Estas são Pandora, Christine, Harry, Otulissa e Alexander.
    Acenei para Christine e para os outros. Perguntava-me do que exatamente eles falariam para mim, mesmo tendo uma ideia.
   Pandora fez menção para Christine falar.
   - Querida, como sua Guardiã, acho que deveria falar isto para você. Delia, você está... amaldiçoada! - Ela cobriu o rosto com as mãos. - Você corre um perigo enorme e tudo pode acontecer com seus amigos. - Lembrei-me novamente da maldição da voz estranha.
    - Eu já tive o sonho que eu fui amaldiçoada. Mas por quê? Eu não fiz nada para ninguém!
   - O que ela quis dizer, é que você foi amaldiçoada pelo que você fez quando era uma criança. - Otulissa disse. Ela era uma jovem com os cabelos cacheados castanhos e olhos azuis. - Com a sua energia, você matou Victor.
    - Isso eu já sabia. - Comentei. Vi que Otulissa olhava para mim com seus olhos doces como se pedisse que eu não falasse. - Desculpe.
    - Enfim, isso fez com que seu herdeiro ficasse com raiva e então jogou uma maldição sobre você e os Filhos da Lua. Vale reforçar que sua linhagem era uma família poderosa de Filhos da Lua e que vocês eram os únicos remanescentes, então deve ter sido um dos motivos da maldição.
    - Além disso, você não é uma Crystale, mas sabe falar a língua de todos os seres mágicos e a capacidade de usar mais poderes do que o normal. Essas coisas vão lhe ajudar na sua missão, mas um empecilho é que como você é muito temperamental e descuidada no que diz, isso vai dificultar um pouco. - Aurich falou.
    - Sua missão no momento é acabar com a maldição, ou atrasá-la o máximo possível. Talvez você não a quebre agora, mas você possa adiar até a hora certa. - Harry disse. Ele tinha cabelos loiros e cabelos castanhos.
    - Agora é melhor vocês saírem, as aulas de Delia devem começar daqui a pouco. - Alexander avisou.

    Saímos do porão e fomos para os jardins. Aurich me deixou no chalé e desceu novamente.
    Na frente da casa havia um bilhete novamente, sem nome nem data.

    O show vai começar...

    Entrei preocupadíssima no quarto e não acreditava em meus olhos.
    Amelia estava morta, com um corte no peito e havia uma mancha de sangue por baixo da roupa.
    - Mia... - Lágrimas rolavam pelo meu rosto. Não suportei a morte dela e tive que chorar.
    Ao seu lado havia outro bilhete.

Começou. Você chegou tarde.

    - Começou. - Repeti. Agora me restava acabar com a maldição ou adiá-la e enfrentar o inimigo.
    Mas quem será?

terça-feira, 10 de junho de 2014

Capítulo 10 - O Diário


     Havia apenas uma coisa dentro do baú: Um diário de couro com uma fechadura dourada.
    Então esta é muito importante? Um diário de couro?
    No que eu virei o diário desconhecido, ele começou a pegar fogo. Mas algo aconteceu, não foi ele inteiramente, e sim duas "linhas" se formaram do fogo.

Aquele que bondade tiver no coração, este diário abrirá então.

    Nele havia o nome da dona: Elizabeth Paraskevi, minha bisavó.
    Toquei nele e uma luz ofuscante iluminou o quarto. O diário começou a flutuar e abriu envolto por uma luz dourada, então abriu e pousou levemente em minha cama. Peguei-o e dele caiu um telegrama que dizia:

Querida Delia,
  Deve estar imaginando como sei de sua existência 100 anos antes. Uma clarividente me disse uma vez, que uma Filha da Lua da linhagem dos Paraskevi, colocaria fim na maldição e esta é você, querida.
Você agora tem em mãos o meu diário e é com ele que você irá quebrá-la. Faça o que muitos tentaram e não conseguiram: Abrir meu diário e quebrar a maldição. Não é tão simples assim. Você deverá estudá-lo e tentar conseguir o que eu não consegui.
  Você vai conseguir e vai ter sucesso em sua missão. Mas haja o que houver, não tire o diário do círculo.
Com Carinho,
- Elizabeth

    Então era isso que eu iria fazer: tentar quebrar uma maldição que eu não conhecia.
    Sophie acordou em segundos, com um olhar furioso. Fechei o diário e joguei-o em cima da cama.
    - O que está fazendo aqui? - Ela rugiu.
    - Estou lendo um livro. - Peguei meu livro em cima da cabeceira. Sophie pareceu perceber e com o canto dos olhos ela viu o diário.
    - O que é isso? - Ela pegou-o.
    - Nada. - Tentei tirá-lo de sua mão, mas ela virou de lado e saiu andando para o outro lado do quarto.
    - Não quer abrir! - Ela tentou, quase mordendo a fechadura falsa.
Aquele que bondade tiver no coração, este diário abrirá então.
    Sophie não tinha isso e provavelmente nunca terá.
    - Então devolva-me - Retirei bruscamente o diário de suas mãos.
    Ela fez uma careta e foi para o outro lado do quarto, como uma criança mimada.
    - Não vou ficar mais aqui. Lotte e eu vamos sair e é melhor que você morra quando voltarmos. Você e suas amigas. - Sophie ameaçou e saiu, fechando a porta atrás de si.
    Que delicada!
    Fui para o parapeito, para tentar ler o "livro". Abri aleatoriamente em uma página com colagens e gravuras com os seguintes dizeres:

Evocando um Grifo:


Nnac Erask Septi
Aron Sert Nos
Agris Orac Oras

*Obs: Falar na língua dos Duendes.

    Seria legal se eu tivesse um grifo como bicho de estimação. Havia ainda outro que dizia:

Feitiço de Invisibilidade: Para as horas mais difíceis. Dura até dizer o contra-feitiço.

Feitiço: Invinobillis

Contra-Feitiço: Aprascus

    Tinha que memorizar este, caso haja alguma dificuldade em minha missão. Outro parecia nem tão importante, mas resolvi aprender mesmo assim:


Feitiço de Sono: Para conseguir dormir. Dura entre 8 a 10 horas.

Feitiço: Suscus
Contra-feitiço: Arcoiditti

    Senti que iria precisar deste último. E seria em pouco tempo.

***

    A noite não demorou a cair. Esta era a hora que os casais de namorados e amigos saíam para observar o Sol se pôr. Pude ver até Charlotte sentada com alguém.
    Espere. Aquele ao lado de Charlotte era... Jake? Eu sabia que fariam um par perfeito! Eles estavam sentados um ao lado do outro, conversando, e de vez em quando trocando beijos. Não acreditava que cogitei a falar isto, mas eu estou feliz por eles.
    Saí para tomar um ar e pensar um pouco. Minha cabeça estava cheia de pensamentos e eu ficava muito tempo no dormitório. Resolvi visitar Mia, que misteriosamente ficara doente.
    Cheguei na enfermaria e a doutora me deixou entrar.
    - Ela está no quarto n°5, corredor 7. - Disse ela.
    Fui até lá, mas não encontrei o quarto de Mia. Resolvi então que iria parar e pedir informações, então bati na porta de um dos quartos e vi uma coisa estranha. Duas mulheres encapuzadas, mas com mechas saindo de seus capuzes, conversavam de algo que não me pareceu muito bom. Uma com os cabelos ruivos e a outra era morena.
    - Está tudo pronto para o sacrifício? - A ruiva perguntou. Estremeci ao ouvir aquelas palavras.
    - Sim. Já coloquei a poção nos remédios delas, e elas deverão vir daqui a pouco. - A morena respondeu. Eram as mesmas vozes das mulheres de quando eu fui pedir a autorização para sair do colégio.
    Algumas garotas começaram a aparecer no corredor, incluindo Amelia. Elas estavam em uma espécie de sonambulismo, que mesmo que alguém chamasse, elas não responderiam.
    - Amelia! - Sussurrei. - Volte aqui. - Ela não me ouviu e continuou a seguir a fila indiana de sonambulas.
    Preciso detê-la, pensei, Já sei!
    - Invinobillis! - No mesmo instante eu desapareci. Segui Amelia até a porta do quarto, onde aquelas duas psicopatas preparavam um altar com velas negras e flores vermelhas.
    - Arcoiditti - Falei quando Mia e as outras garotas estavam a um passo de entrarem na sala e finalizar seus dias de vida.
    - O que está acontecendo? - Amelia acordou, ainda doente. Ela e as outras meninas estavam confusas, se perguntando o que estava acontecendo.
    - Venham comigo. - Falei. Tirei de minha bolsa, uma bombinha e a joguei para dentro da sala, (não era muito perigosa, apenas para nos dar mais tempo).

    Levei as garotas cada uma para seu chalé e logo depois encontrei Anna e Kath no nosso.
    - Mia, deite. - Mandei. Ela fez o que eu disse. Sentei ao seu lado e comecei a fazer circunferências em sua barriga, enquanto recitava um feitiço de cura. - Pronto, você está curada.
    De fato, Mia não estava mais verde e já não reclamava mais.
    - Preciso falar com você. - Ela me puxou de lado. - Quando eu estava enfeitiçada por aquelas mulheres, eu ouvi elas dizerem que o Livro não podia sair do círculo. Você sabe. o que isso significa?
    Lembrei do aviso de Elizabeth.

Haja o que houver, não tire o diário do círculo.

    Lembro que quando chegamos aqui, havia um pequeno círculo de flores ao redor da casa.

    - Talvez o Livro seja o diário e o círculo seja as flores. - Disse eu. Contei a hostória do diário para Mia e as outras e o que havia acontecido há alguns minutos atrás.
    - Querem nos matar? - Kath quase gritou.
    - Não sei. Devemos prestar bem atencão para o que está acontecendo ao nosso redor.
    Já passava das 23h e eu estava cansada demais para falar.
    - Boa noite. - Falei e apaguei a luz.
    Agora eu sabia que meu destino era algo mais de viver uma vida normal. Era deter um inimigo desconhecido e suas cúmplices.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Capítulo 9 - Uma Chave Estranha


    A chave que Christine me dera algumas horas atrás, estava em cima do criado-mudo de Katherine. Para que serviria?
    Ela vai abrir uma coisa muito importante, ela disse, mas o que seria esta "coisa"?
Comecei a pensar para que Christine havia me dado isto, pois com certeza era importante.
    Tome esta chave, ela abrirá uma coisa muito importante.
    Raios! O que seria?
    Ouvi um barulho na porta, como se alguém estivesse chutando-a. Abri e Anna estava do lado de fora, parecendo desesperada.
    - Delia! - Anna chegou gritando. - Algo está acontecendo com Mia!
    Anna me puxou pela mão até a enfermaria do colégio, onde Mia estava em uma maca, com um rosto horrível.
    - Amelia! O que aconteceu? - Perguntei.
   Ela apenas se virou na maca, sem responder minha pergunta, repetindo alguma coisa que não consegui ouvir.
    - Ela tem alguma doença. Não sabemos qual doença é. - Disse a doutora. - Ela deve repousar bastante e mais ou menos depois de três dias ela deve voltar para o quarto.
    Voltamos para a casa. Quando ela havia ficado doente? Ontem à noite ela estava bem e agora estava verde se revirando em uma cama.
    - Vou procurar Katherine e avisar que Amelia está doente. - Anna saiu do quarto novamente.
    Comecei a analisar a chave de perto novamente. Descobri que havia iniciais no seu corpo.
CG.
    Christine Gautienne, talvez, já que foi ela que havia me dado a chave.
    No que será que esta chave se encaixa?, pensei. Olhei ao redor procurando algo que tivesse fechadura. Apenas coisas que não eram minhas.
    Fui para o jardim para pensar um pouco e ler um livro.
    O Fantasma da Ópera era uma obra que me fazia chorar sempre que lia, mesmo sabendo o que acontecia no final. Um livro maravilhoso.
    Comecei a pensar novamente no que a chave abria.
    A caixinha de música só se abria com a minha chave, a cômoda abria com a chave que era guardada em uma caixa, a fechadura da caixa de joias de Sophie abria apenas com sua chave e o baú era só de decoração. Mas aquele baú de couro sempre me pareceu diferente de uma peça de decoração.
    O baú!, pensei, A chave deve abrir aquele baú!
    Estava indo para o chalé, mas Kath e Anna me puxaram para longe.
    - O que estão fazendo?
    - Zafira nos dá aula hoje. Não podemos chegar atrasadas senão ela vai nos xingar. - Kath falou.
    Corremos para a sala de aula, mais ou menos dois minutos antes de Zafira chegar. Ela não era tão severa quanto Ruby, mas quando chegávamos atrasados, ela nos dava um xingão.
    - Hoje a aula será especial. - Ela nos falou alegremente. - Nós iremos até os jardins para treinar técnicas de voo.
    Todos ficaram felizes pela simples ideia de sair da sala de aula.
    Fomos então até o jardim, onde havia uma ponte suspensa.
    - Iremos voar até o vilarejo e depois voltar, após ficar algum tempo lá. - A professora disse. Ela nos olhou com um sorriso de canto. - Preparar, apontar, VOEM!
    Disparamos em direção ao vilarejo, como se fosse uma corrida. As Crystales apenas voavam, sorrindo zombeteiramente para os Elfos, que precisavam de feitiços ou poções para voarem. Elas exibiam suas asas cristalinas para o restl da classe, enquanto eu exibia as minhas, que eram grandes, verdes com prata e pareciam ter sido desenhadas por um artista.
    - Quer apostar corrida? - Kath perguntou à mim.
    - Aposto que chego lá antes que você! - Respondi rindo.
    Voamos igual a duas loucas, rindo e gritando. Quando passamos por Anna, posso assegirar que ela não entendeu absolutamente nada do que estava acontecendo.
    Cheguei lá antes que Kath, vencendo a corrida por dois metros.
    - Suas asas são grandes e são mais rápidas. - Ela falou, com falsa inveja.
    Quando os outros alunos chegaram lá, subimos até o topo de uma frondosa árvore que havia lá, com Zafira chegando com uma cesta de piquenique.
    - Para relaxarmos um pouco, iremos fazer um piquenique a sombra desta árvore. Logo após disso, voltaremos e a aula estará finalizada. - Ouvi Zafira dizer. Kath e eu pousamos em frente a todos e nos juntamos a eles.
    Sentamos e comemos sanduiches, bolos, cupcakes e chocolates. Cada um estava melhor do que o outro, principalmente os bolos!
    - Gostando da aula? - Connor me perguntou com um sorriso, enquanto comia um sanduiche.
    - Muito! - Respondi, pegando um pedaço de bolo. - Tudo que envolve comida e saída de campo em uma aula, está ótimo!
    Anna, Kath, Connor e eu fizemos uma competição de quem comia mais e resultou em risadas e o rosto sujo.
    Enfim o piquenique acabou e tivemos que voltar para a sala.

    Finalmente o sinal havia batido e havíamos sido liberados de aula. Eu podia resolver o assunto do baú de uma vez por todas e descobrir o que Christine queria que eu pegasse. Corri até a casa e vi que Sophie estava dormindo.
    Não posso acordá-la, senão ela vai perguntar o que está acontecendo e vai querer ver, pensei. Tentei fazer o menor barulho possível. Fiz um mínimo barulho e Sophie se virou na cama, gemendo alguma coisa que não escutei
    Consegui!
    Girei a chave e abri o baú, sem acordar Sophie. Descobri que havia mesmo algo dentro dele e que parecia ser algo importante para minha vida.